24.3.11

Twilight Zone

Esta noite despertei no limbo. Era madrugada e nenhuma das gatas estava comigo na cama. Eu tinha acabado de sonhar com meu sobrinho, tinha quase certeza de que ele existia mesmo (pensei no início do filme "Os Esquecidos") e comecei a me perguntar - ali sozinha sob o edredom - se, talvez, Perséfone e Barbarella não eram também frutos da minha imaginação... A casa repousava num silêncio sepulcral. Meu tato não delatava nada (nenhum pelo, nenhum arranhão, nem um rasguinho no lençol) que comprovasse a presença de duas felinas de 2 anos e meio, com seus 5 kg cada, dentro do meu lar. Não quis me mexer e procurar por eventuais cicatrizes nos braços ou pernas. A companhia das duas, diariamente, me confortava e alegrava muito para que eu suportasse descobrir que eram um delírio da minha carência. Esperei. Dali a pouco, potoc potoc potoc... PASSINHOS! E pulam ambas em cima de mim, como que dizendo "Te enganamos, Mamãe!"

Voltei a dormir feliz e acompanhada.

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