25.10.05

É terça ou sexta? (*)


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(*) frase de autoria - ainda que utilizada sem seu consentimento - do jornalista Pedro Rocha.

É Terça. Foi sexta.

T3rça Insana - Grandes Momentos: muitos bons e grandes esquetes de humor condensados em um pocket-espetáculo... A coelha Jureminha riu até ter náusea (não é exagero) com a socialite Sheila, criada por Luís Miranda, e foi acometida de paixão à primeira vista pela "louca" Betina Botox (de Roberto Camargo - o mais presente e versátil do grupo). Sem mencionar as personagens de Grace Gianoukas (também diretora), Ilana Kaplan, Marcelo Mansfield e Octávio Mendes.

Vale encarar fila no estacionamento. Vale o ingresso. Vale colaborar para a campanha "Evelise - Uma Vida Definitiva". Vale comprar o CD da dupla boliviana "Mario y Juana". Vale rir de forma canastrona, em coro, da piada da Irmã Selma.
Vale. A pele e o fígado agradecem.

11.10.05

O moço interessante

estava sentado na poltrona 13C do vôo Belo Horizonte-Brasília de ontem. Vestia camiseta e bermuda (bem mais adequado à primavera das duas cidades que esta ghost-blogger que lhes escreve, cheia de peças que não couberam na mala e lançando a moda do "engordei quase trinta quilos e minha roupas não fecham mais"). Ao perceber a calvície já pronunciada, o moço havia passado máquina zero nos cabelos que ainda restavam. Usava óculos de armação invisível, e aparentemente tinha lá seus metro e oitenta e pouquinhos. O moço interessante tinha um perfil interessante, uma cara boa. Lia um livro super-interessante, ao qual não foi possível evitar de lançar olhares curiosos. Ele deve ter desconfiado da leitura alheia por sobre seu ombro, pois, lá pelas tantas, foi se inclinando para a esquerda, esquerda, esquerda... até que se escondeu (e ao livro também) atrás das cadeiras, num ângulo impossível de espiar (que pena)! Na hora do lanche, o moço foi guloso, pediu duas porções e devorou tudo com gosto. Nisto, ele lembrou vagamente Vince Vaughn em seu último filme: um glutão porcalhão contudo charmosésimo. Aliás, (Papai-do-céu), aquele pedido daquele dia continua valendo. O moço interessante percebeu que alguém - quem será? - o observava detonar o pobre pacotinho de amendoim e deu uma rápida olhadela a seu redor para afugentar os intrusos desse momento tão íntimo. Depois retornou à leitura oculta do livro interessante. Quando tudo já era coincidência demais (o tema do livro, o estilo de se vestir, a ausência de aliança no dedo, o talento para glutonaria, o modo de chupar o gelo do copo, etc.), o moço sacou da bagagem de mão uma revista sobre arquitetura e se fixou em uma matéria que enfocava projetos ecologicamente corretos com madeira reaproveitada. Aí, epa!!!, a santa desconfiou da esmola e travou um diálogo mental com o supracitado Papai-do-céu, que pode ser resumido mais ou menos assim: "uai sô, tá de palhaçada comigo!?!" Então, o avião começou a descer e o moço interessante resolveu - isto são horas? - ir ao banheiro. Uma mente minimamente lógica concluiria que o pouso na Capital seria apenas escala para o moço interessante, que, tendo ainda um longo trajeto pela frente, devia aproveitar o instante (vai que não dá para ir enquanto a nave estiver parada, sei lá, são mais duas viagens até Aracaju)... mas essa tal mente lógica estaria, no caso, redondamente enganada. O moço desembarcou na mesma cidade que esta moça aqui, modesta-porém-honesta-mente também interessante, a essas alturas já detetive de mão cheia. No meio do conturbado corredor, um esbarrão, um "ops desculpa" e um "não foi nada" quebraram o silêncio dos dois (um que lia, outra que só prestava atenção há 56 minutos). Por acaso ou não, ambos se encontraram novamente na esteira de bagagem; dessa vez, o moço interessante chegou depois e veio parar o carrinho bem ao lado de sua observadora talvez secreta. Foi aí que a pulga apareceu atrás da orelha desta espiã-redatora, ao notar um tom... assim... diferente do esperado... na voz do moço, que prontamente puxou papo enquanto as malas não chegavam. Contrariando o porte, o jeito de andar, de comer (HEHEHE), poderia o moço interessante, justamente sendo interessante em tantos aspectos, ser gay? Ou sua entonação sustenida refletiria apenas uma personalidade simpática e o alívio de estar finalmente em terra firme?

Às vezes, a gente se engana e considera vestígio de homossexualidade o fato de um moço ser ao mesmo tempo expansivo, bem-informado e ajeitadinho.

Moço interessante, se você estiver por aí e gostar de meninas, dê notícia.