28.5.10

Fatias

(pág. 299) "... eu fiquei aborrecida comigo mesma. Ali estava eu, com um homem lindo dizendo-me coisas lindas sobre mim, e eu tentava convencê-lo de que nenhuma delas era verdadeira.
Em geral, era o contrário. Eu diria a eles coisas maravilhosas sobre mim, e eles passariam o resto do tempo tentando convencer-me de que nada daquilo era verdade.
Ele se inclinou em minha direção e me beijou de novo. Era simplesmente a felicidade. Eu queria entregar-me a ela.
Estar com ele se nenhuma culpa, preocupação ou constrangimento. Estar com ele parecia uma coisa tão
certa.
Você está sob o impacto de uma rejeição, adverti-me severamente. E daí? respondi a mim mesma. Não é como se eu fosse casar com o sujeito. Não posso divertir-me um pouco?
Bem, sim, acho que posso sim.
Mas, ao mesmo tempo, não posso sair por aí dormindo com qualquer homem que me pedir para fazer isso.
Bem, novamente, não é o caso, não se trata de qualquer homem. Este é um homem simpático e doce, que gosta de mim. Bem, pelo menos ele
parece gostar de mim, e eu gosto dele.
Com um pequeno choque, percebi que, na verdade, gostava dele. Ou seja, não estou dizendo que o amava, nem nada parecido, porque isso não seria verdadeiro. Mas havia algo nele que me tocava.
"

(pág. 459) "Eu não precisava sentir-me abandonada, vítima de mentiras, humilhada ou tola. Fora um prazer conhecê-lo, durante o curto espaço de tempo em que o conhecera. Talvez fosse melhor assim.
Sabem como é. Às vezes, você conhece uma pessoa maravilhosa, mas apenas por um rápido instante. Talvez em férias, num trem ou até numa fila de ônibus. E essa pessoa toca sua vida por um momento, mas de uma maneira especial. E, em vez de lamentar o fato de ela não poder ficar com você por mais tempo ou por você não ter a oportunidade de conhecê-la melhor, não é mais sensato ficar satisfeito por ter chegado a conhecê-la um dia?
"

- Melancia. Detesto a fruta, mas adorei o livro... Marian Keyes lê pensamentos.

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