5.3.12

Bilhetinho azul

Partir, andar, eis que chega
Essa velha hora tão sonhada

Nas noites de velas acesas,
No clarear da madrugada,
Só uma estrela anunciando o fim
Sobre o mar, sobre a calçada

E nada mais te prende aqui:
Dinheiro, grades ou palavras.

Partir, andar, eis que chega,
Não há como deter a alvorada.
Pra dizer, um bilhete sobre a mesa,
Pra se mandar, o pé na estrada.
Tantas mentiras e, no fim,
Faltava só uma palavra,
Faltava quase sempre um sim,

Agora já não falta nada.

- Eu não quis
Te fazer infeliz,
Não quis.
Por tanto não querer,
Talvez fiz.

(da fecunda e próspera escrivaninha de Herbert Vianna)

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