2.11.11

Ficando mocinha

Eu tinha medo de anestesia geral. Achava que podia ter um choque anafilático e morrer assim sem mais nem menos, deixando de realizar coisas importantes. Aí tive apendicite aguda supurada. Sem opção, fui e voltei do além numa boa... De estranho, só me lembro de ter visto um relógio com ponteiros paralelos, mas isso já foi na sala de recuperação. Medo número um vencido.

Eu também tinha medo de endoscopia. Na minha cabeça, eu seria obrigada a engolir praticamente um conduíte (daqueles amarelos, de obra mesmo) a seco. Quando fiz o exame, tirei de letra... até aproveitei o sonífero e a manhã chuvosa para tirar folga do serviço enrolada na caminha da mamãe. Medo número dois vencido.

E, até ontem, eu tinha medo de dilatar as pupilas. Porque sempre tive visão 20/20, porque meus olhos eram claros o suficiente para se ver o fundo sem ajuda química; enfim, porque nunca havia precisado. O fato é que eu não sabia se a gente enxergava ou ficava momentaneamente cego depois de aplicarem aqueles colírios alucinógenos (alô, José Simão!) e transformarem o olho da gente num efeito especial de filme de terror.

Olha, exceto o incômodo óbvio de ter gente pingando umas gotinhas super-ardidas no meu globo ocular, posso dizer que sobrevivi muito bem à situação. Vi o mundo um pouquinho mais embaçado que o usual (já ando mesmo com vista cansada, a mudança não foi brusca) e os postes e farois de carro me lembraram luzes de festa junina, mas fiz até algumas estripulias. Nenhuma semelhança com Laranja Mecânica. Medo número três vencido!!!

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