20.11.09

O ex

Espantosamente fácil e perigoso demais é voltar para o que já nos pertenceu... Nem meia hora é preciso para se reconhecer o "território", e tudo se encaixa como se vocês nunca tivessem se deixado. A sala, a mesa, o telefone, os programas do computador, o ramal daquela secretária que sempre quebrou um galhão na hora do aperto: igualzinho.

Todos se mostram felicíssimos em vê-la. E você se sente querida, desejada, necessária.

Aquela rotina louca agora parece boba e as aporrinhações, enormes e infindáveis no passado, perturbam bem menos. Por uma curta temporada, este revival descompromissado é a solução da sua carência.

Quase dá para esquecer o motivo do rompimento e pedir para ficar de vez - mas aí você lembra que viver para sempre com ele não era o seu ideal: uma vida sem paixão, sem tesão, sem inovação. No fim das contas, a relação era (isso sim) um arroz-com-feijão muito do básico, da qual você saiu porque não havia espaço para suas asas e seus sonhos.

Enfim, você dá graças a Deus que, na segunda-feira, esse problema não é mais seu.

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