23.5.09

O Carro, o armário e o sonho


Há dois meses, brincando de tirar tarô com outras Lulus, saiu, assim como quem não quer nada... meio discreto... o sétimo arcano maior - um indício de progresso, projetos em andamento, em que a pessoa que dirige (A Carruagem, outro nome da carta) deve ter controle firme para manter o equilíbrio. Nada de grandes revoluções ou novidades, mas tudo bem: sempre digo que difícil é engatar a primeira marcha.

Vai daí que eu estava em um emprego quase estável, finalmente com espaço para apresentar ideias, e algumas iniciativas se encaminhavam de acordo com o que a equipe desejava fazer há tempos. Pensei que a mensagem fosse essa: seguir, em velocidade constante, de olho no prêmio.

Nesse ínterim, como ato corriqueiro, uma amiga querida me mostrou um edital - dentre vários a que já respondi na vida - de consultoria. Tirei férias, fui ver a parte carioca da família. Na volta, minha mãe tinha resolvido fazer uma reforma no que foi o meu guarda-roupa de adolescência e juventude. E, de repente, me ligaram da tal instituição do edital querendo conversar.

No meio da semana, no meio do expediente, fui chamada para concluir "um dedinho" do trabalho que inspirava meus sonhos há mais de uma década. Na casa dos meus pais, desmontavam um armário que lá esteve, por 12 anos, sob o meu domínio. Não houve como escapar da sensação de estranhamento. Abandonei minhas funções profissionais na véspera de uma reunião muito esperada, enquanto, do outro lado da cidade, sumia uma parede conhecida de longa data.

Ficou um vão, e agora eu quero ver o que tem por trás.

(Porque, a esta altura, me parece claro que "o carro" que veio me buscar não é nenhum fusquinha!)

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