7.4.09

LOST e o BBB

Uma das primeiras elucubrações sobre a criação de JJ Abrams traduzia o nome do seriado como uma sigla para Life Observation Survival Test. O que é, precisamente, o escopo de uma experiência como o Big Brother: um teste de sobrevivência e monitoramento da vida. Ambos propõem que pessoas tão diversas quanto uma adolescente grávida e um leão-de-chácara coreano, um vendedor de coco e uma garota de sociedade convivam 24 horas por dia, chova ou faça sol, na fartura e na miséria, até que o dia em que o resgate (ou o paredão) chegar.

É interessante reparar como o "bastião" do equilíbrio na ilha, aqui fora, se mostra quase sempre uma figura atormentada... "uma pessoa comum", como diria Rita Lee: um filho de Deus, nessa canoa furada, remando contra a maré. Jack Shephard, o sensato líder dos sobreviventes, é um cirurgião que faz uso de medicamentos e álcool e coloca seus problemas pessoais à frente das questões profissionais. A doce Sun é capaz de trapacear contra o próprio pai. O gente-boa Hurley vive de internação em internação. São todos humanos. Francine é uma professora que tropeça nas palavras, Max tem medo de assumir compromisso, e Priscilla acha que seu corpo merece mais destaque do que sua personalidade. Quem vai atirar a primeira pedra?

Já alguns personagens vêm provar que quem é chato diante dos holofotes será provavelmente chato também sob as condições normais de temperatura e pressão. Ana Carolina e Benjamin Linus que o digam.

Curiosidade: Matthew Fox deveria, inicialmente, fazer apenas uma participação no piloto. Algo como a aparição (ou talvez um pouquinho mais, vai!) de Greg Grunberg como o comandante do voo 815.

No show da vida real é assim mesmo, alguns participantes entram para sair logo de cara, mas vão ficando, ficando, ficando...

E acabam virando protagonistas de uma série (não só da série de televisão) de fatos, tramas e episódios.

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